domingo, 10 de abril de 2011

We are broken



Ela encara o celular, o polegar encostando no número “nove”, pensando no que vai dizer. Mil discursos podem ser feitos. Mil perguntas. O que aconteceu, você nunca mais falou comigo, sinto sua falta, porque você me abandonou, a gente se dava tão bem, foi a religião, foi a música, foi seu namorado, eu te ofendi, onde você está, eu estou com saudades.

Então ela pensa melhor, ainda encarando o papel de parede do celular. O rumo que sua vida tomou desde aquele dia fatídico é tão bom. Amigos novos surgiram, quem está do lado dela mostrou que é porque realmente importava, os gostos mudaram radicalmente, ela não é mais a mesma de quando foi abandonada sem explicações. E nem quer voltar a ser.

Ela fecha o aparelho, o joga sobre a cama e se senta. Ligar agora não faria diferença nenhuma. Uma já não sabe mais o que a outra quer escutar, do que a outra gosta, o que é importante. Há muito tinham se perdido. A vontade de perguntar "por quê?" ainda existe, lá no fundo, mas a verdade é que a saudade já estava morta há tempos.

E, de qualquer maneira, ela já não se lembra mais do número.

X~X~X

[A Louise (@himebambi) lembrou no Twitter de uma pessoa que conhecíamos há uns tempos e que sumiu da vida de quase todo mundo. E isso surgiu.

Só a imagem não me pertence.]

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